Eu não sei vocês, mas eu cresci imaginando o conceito de tecnologia, no sentido mais genérico e clichê da palavra, como uma projeção daquela família futurista Os Jetsons, ou até mesmo um cenário de Star Wars. A idealização parecia muito distante com carros voadores e tudo automatizado.
Minha geração cresceu com o começo da vida tecnológica que temos hoje, e tivemos aquele boom de inovações nos anos 2000 quem vem crescendo num ritmo tão acelerado que me parece que nem o céu é o limite.
Pois bem. Se cruzarmos esse conceito com a nossa fundamentalista educação, parecem dois elementos antagônicos e complementares no seu próprio sentido. Há uma relutância e um debate aberto sobre a inserção tecnológica dentro da educação. Quais seriam os limites? Eles atrapalham o aprendizado?
Eu acredito que em nenhum momento esses dois fenômenos estiveram desvinculados. É como se a tecnologia dependesse totalmente da educação para existir. Mas eu entendo o medo: me parece que o receio é em justamente imaginar uma sobreposição da tecnologia na educação. Talvez pelo motivo que nos últimos anos as inovações vem acontecendo em uma velocidade tão acelerada que não da tempo de aprender algo, que já temos que aprender de novo.
Mas o ponto é: não é só a educação que precisa abrir espaço para a tecnologia, sua cria, voltar para casa. É um desafio social aceitar a tecnologia como dinâmica, precisa, acelerada e inquieta. E mais, aceitar que ela é parte do que vivemos hoje e é a projeção de onde vamos e queremos chegar.
Sabe aquele distanciamento que eu disse no início? Não me parece que existe mais. É obvio que ainda faltam os carros voadores (sonho meu!) mas estamos chegando lá.
A tecnologia vai exigir de nós, como sociedade e indivíduos, uma adaptação contínua nos seus recursos que parecem infinitos. E vai cobrar de quem não se adaptar. É por isso que concretizar um ambiente educacional tecnológico é tão importante. Pois o dinamismo mundial vai exigir de nós constante atualizações, e qual a melhor forma de fazer isso senão através da educação?
Hoje vemos escolas primárias já trabalhando com esse mergulho digital. E é importantíssimo que as crianças aprendam não só os recursos que a tecnologia vem trazendo, mas entender que ela é reflexo da sociedade moderna na qual eles nasceram.
Usar da educação para aprender tecnologia e usar da tecnologia para aprimorar a educação. Talvez essa seja a combinação de um olhar consciente e sem medo para entender o que somos hoje e como estamos nos transformando.
Colunista da Aplitech Foundation
“Tainá Assumpção, formada em ciências sociais, com três irmãos, acredita na comunicação e educação como revolução. Nas horas vagas tenta conciliar cultura e lazer para não perder o sono pensando em como melhorar o mundo.”