“Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. Educação é a solução”, a frase é de Malala, a mais jovem personalidade premiada com o Nobel da Paz. A menina de origem paquistanesa iniciou seu ativismo defendendo o direito das meninas de seu povo a frequentarem uma escola, hoje Malala é uma das principais vozes quando o assunto é universalização da educação.
A partir da educação o ser social é desenvolvido, a história e a cultura são valorizadas e, técnicas e conceitos têm a possibilidade de serem aprimorados, resultando no nascimento de agentes independentes, livres e transformadores. Oportunidades mudam vidas e essas vidas mudam tudo.
Li recentemente que a educação abriga sonhos e destrói obstáculos, mas e os obstáculos para acessar a educação? Diferente de Malala nasci no Brasil, onde a educação não é apenas reconhecida como também é assegurada em nossa Constituição Federal como direito fundamental e social de todos.
No entanto, o que se nota é que por aqui ainda existe uma quantidade expressiva de pessoas sem acesso a esse direito, seja em nível básico, técnico ou superior. A fragilidade econômica do país é uma das principais variáveis que levam o abandono dos estudos, visto que muitos não conseguem conciliar suas realidades socioeconômicas ao seu próprio desenvolvimento pessoal. Aliado a isso temos um Estado cada vez mais ausente, nem todas as instituições de ensino (quando elas existem) contam com a estrutura ideal e profissionais suficientes para garantir uma educação de qualidade.
Podemos concluir que os principais obstáculos brasileiros resumem-se à questão espacial e financeira. Sendo a tecnologia, em alguns desses casos, um caminho viável para democratizar a educação.
Em um único clique os estudantes conseguem acessar uma infinidade de conteúdo que antes ficava restrito a biblioteca, jogos virtuais engajam alunos e coletam dados a respeito do processo de aprendizagem individual, grupos de trabalho podem interagir virtualmente e professores podem disseminar seu conhecimento à milhares de alunos, enquanto alunos conseguem encaixar o estudo em sua rotina conciliando as particularidades da mesma.
Além disso, o ambiente de rede ao economizar custos com estrutura física, profissionais, burocracias, etc. possibilita ao Ensino à Distância (EAD) oferecer iniciativas gratuitas ou com valores acessíveis, que abre portas para estudantes de baixa renda (mas de grande potencial).
A tecnologia já mudou muitos padrões comportamentais, por que não transformar a rapidez da informação em conhecimento? Sendo assim, tomo a liberdade para parafrasear Malala e dizer que: Um aluno, um professor, um livro e a tecnologia podem mudar o mundo.
Colunista da Aplitech Foundation
Thaís Fernandes
Economista, feminista e futura empreendedora social. Buscando seu lugar no mundo e formas de torná-lo menos desigual.