O que são padrões de beleza e seu contexto histórico
Padrão, modelo para ser reproduzido e, beleza, aquilo que agrada a vista, perfeição. Logo, padrão de beleza pode ser entendido como a formosura copiada.
Os padrões de beleza tratam-se de um conceito absolutamente mutável, a cada nova época sofrem mudanças, isso é pode ser observado através das muitas obras romanas que retratam corpos nus, salientando a beleza de determinado tempo; não devem ser confundidos com tendências de moda, diferente destas, os padrões possuem um ar um tanto quanto impositivo, “seja assim para ser aceito”, enquanto a moda é acima de tudo uma forma de expressão, que permite a soltura da criatividade sem ter medo de errar.
Como supramencionado, as transformações nos padrões com o passar das décadas, são bem evidentes, vão desde os corpos mais rechonchudos aos mais magros e curvos.
Um grande exemplo destas alterações pode ser encontrado no ballet, em seu surgimento, as bailarinas mais bonitas e qualificadas eram aquelas mulheres que estivessem bem acima do peso, enquanto hoje, a imagem foi substituída pelos corpos magros e alongados.
A ilusão
Todos os dias os aparelhos televisores, celulares, revistas, sites…são bombardeados de ideias destorcidas de perfeição. A mídia traz frequentemente uma chuva de regramentos e condições que prometem ser geradoras de felicidade, apenas uma palavra é necessária para definir toda essas propagandas, ILUSÃO.
Um corpo padrão não possui a felicidade como brinde e, também não garante que você é o belo dos belos, ambos os conceitos, beleza e felicidade, são relativos, dependem dos olhos de quem vê. Então por que ainda fala-se de padrão de beleza? Destruir ideologias a tanto tempo enraizadas na sociedade não é tarefa fácil, a mudança é gradativa. As modelos “Top Fashion” não são necessariamente garotas magras com medidas praticamente inalcançáveis, até mesmo este âmbito tão restritivo anteriormente, abriu espaço para as “Curvys” e as “Plus size”.
Os padrões de beleza e o preço do bullying
Você já sofreu bullying? Possivelmente sim, pois cerca de 150 milhões de estudantes sofrem tal violência na escola. O ambiente escolar não é mais um refúgio, é um campo de batalha, onde quem está no padrão é rei e os plebeus que se virem para pagar as horas de terapia depois da aula.
A idealização do corpo perfeito a todo tempo salientada pelos muitos meios comunicativos, pode gerar nos adolescentes insegurança com o próprio corpo, podendo transmutar-se para obsessões serias, ademais, os padrões também tornam-se suporte para o bullying, levando as vítimas às mesmas consequências da situação anterior; ambas as circunstâncias são propícias a ocasionar problemas psicológicos, desejo de vingança, distúrbios alimentares, depressão, pensamentos suicidas e, a lista continua.
Outrossim, é possível abordar um dos aspectos que mais atingem os adolescentes, a relação com a comida. Muitos fatores podem suscitar distúrbios alimentares, entre eles, a busca pelas medidas perfeitas. Primeiramente, é importante compreender que os menores de 18 anos ainda estão se desenvolvendo, logo, qualquer dieta, atividade, elementos que sirvam para modificar o corpo precisam indubitavelmente de acompanhamento médico. Em segundo lugar, cada indivíduo possui um biótipo e estatura óssea diferentes, portanto, deve-se perceber que uma pessoa com 1,80 metros de altura não pode pesar 40 quilos, da mesma maneira alguém que veste um manequim 46, não pode se matar para usar um 34 pois o próprio corpo não permite.
Mudando a realidade
Como tudo começa de algum lugar, inicialmente, as instituições de ensino não devem abaixar a cabeça para os alunos, atitudes ofensivas precisam de punição; competições que valorizem puramente a estética como concursos de beleza, não devem ser incentivados em âmbito acadêmico; e talvez a mais indispensável das ações, a escola deve mostrar que a beleza está em tudo, todos os corpos são lindos, pois quando você começa a gostar do que te pertence, você deixa de almejar o que é dos outros, fazendo uma citação de autoria própria, “Espero pelo dia que o padrão de beleza seja o amor próprio, pois só assim a felicidade será garantida pelo que é belo”.
Colunista da Aplitech Foundation
Giovanna Passoni – técnica em administração, estudante universitária de Direito, aspirante a estilista, buscando por um mundo melhor, com pessoas mais conscientes através da arte.