Já faz muito tempo que os games deixaram de ser “coisa de jovem” e se tornaram excelentes ferramentas de gestão de negócios. O mercado de games movimenta bilhões de dólares todos os anos. Uma das maiores febres dos últimos anos, o jogo Free Fire, possibilitou que pessoas de diferentes países pudessem interagir de igual para igual na plataforma do jogo. Graças aos avanços tecnológicos, o game pôde ser baixado em praticamente todos os smartphones existentes.
A exemplo do que já aconteceu com outros games, como Counter Strike e Dota, vários campeonatos foram realizados por todo o mundo gerando emprego e renda para milhares de pessoas. Essa massificação dos games ao longo das últimas décadas, abriu portas para um novo mundo, onde os conceitos dos jogos deixaram de ser utilizados apenas para entretenimento e passaram a ser empregados como importantes estratégias nos ambientes de negócios.
Em 2013, 53% dos norte-americanos declararam que eram adeptos de jogos de vídeo game. Em 2019 esse número aumentou para 65%. Esse aumento não se trata de apenas um evento pontual em um único país, mas um movimento que acontece na maior parte dos países. O acesso à internet e a redução no valor dos smartphones está possibilitando que mais e mais pessoas embarquem no mundo virtual.
Este novo cenário potencializou o surgimento e solidificação dos conceitos de gamificação. Para Ray Wang, CEO e analista principal da Constellation Research, Inc., gamificação é uma “série de princípios de design, processos e sistemas usados para influenciar, envolver e motivar indivíduos, grupos e comunidades para impulsionar comportamentos e efetuar os resultados desejados.” Apesar de ser um método inovador de transmitir conhecimentos, por trás de todo entretenimento, existe muita ciência.
Com as novas gerações entrando no mercado de trabalho, será cada vez mais comum o uso da gamificação dentro das organizações. Uma das maiores empresas de softwares do mundo a Salesforce, durante a pandemia, ofereceu cursos gratuitos em uma plataforma que mais se assemelhava a um game do que um curso em si. Outro exemplo muito comum são as ferramentas utilizadas nos processos seletivos de grandes corporações. O Banco Santander, por exemplo, utiliza uma plataforma onde o jogador embarca em uma viagem por um mundo desconhecido. Ao longo do jogo várias decisões estratégicas são necessárias e, ao finalizar a jornada, a empresa consegue identificar as características mais predominantes dos candidatos. Segundo a revista Forbes, empresas que utilizam a gamificação em seus processos seletivos, possuem um engajamento maior de seus candidatos. Os ciclos de entrevistas podem ser reduzidos em até 40%. Além disso, a gamificação consegue testar os conhecimentos técnicos dos candidatos e, ao mesmo tempo, avaliar habilidades como resolução de problemas e criatividade.
Um novo mundo está sendo construído dentro e fora das organizações. Por isso, fique atento, pois certamente você será atingido por essas mudanças em algum momento da sua carreira. Quanto antes você se preparar, maiores serão as suas chances de obter êxito. A era dos games veio para ficar e com a gamificação em plena expansão, novos negócios e carreiras surgirão. Desta forma, pesquise e se aprofunde no assunto. Com certeza você se beneficiará e terá boas recompensas no futuro.
Colunista da Aplitech Foundation
Evandro Augusto. Public Relations, Master Business Adminstration/FGV.