Fazer a distinção entre descolado e realista no mundo digital, é um excelente primeiro passo para relacionar tecnologias disruptivas. Ou seja, o grau de utilidade deve sempre superar o hype.
Geralmente, a pergunta que surge ao questionar a necessidade da disrupção é por qual razão deve se meter um passo “fora da caixa” em direção à inovação. A resposta, hoje e sempre, é: a crise na Educação.
Mudamos nossos meios de comunicação, alteramos o comportamento de consumo e estamos a poucos passos de evoluir definitivamente nossos padrões de higiene e civilidade – por qual motivo, então, nosso molde de educação formal continua o mesmo?
Estamos falhando em preparar os jovens para as incertezas do mercado e da sociedade; as escolas e universidades prendem-se religiosamente ao tradicionalismo conteudista já defasado, esquecendo-se da realidade do mundo externo.
O que a Educação e a Tecnologia precisam fazer agora
Entenda em três tópicos o que a Educação e a Tecnologia devem fazer e saiba como algumas startups e organizações estão mirando na preparação satisfatória dos estudantes:
1. O mundo não mora no centro
Criar um universo descentralizado sempre foi a proposta do alcance tecnológico. Depender apenas dos muito ricos e centristas para engatar inovações é dirigir o projeto ao fracasso: a extrema pobreza atinge quase 30% da população mundial, e a dita classe B ou média integra 50% dela.
Este personalizável mundo novo, construído por pessoas reais, necessita cada vez mais de colaboração e boa reputação. Visualize o cenário, agora: quantas vezes você já deixou de comprar determinado produto por causa da má reputação da empresa, registrada na internet? Este tipo de dado demonstra que a briga mercadológica mudou: negócios de garagem estão digladiando com grandes corporações.
Na Educação, o exemplo é ainda mais visível. Prender-se à noção de que o velho funciona e não deve ser alterado, é como deixar a grande corporação tomar conta do mercado – simplesmente porque “sempre foi assim”.
Além disso, descentralizar o aprendizado e o acesso à informação é um passo firme em direção ao futuro da humanidade. Portanto, as novas tecnologias devem trabalhar de forma que o conhecimento seja democratizado e amplamente absorvido sem interferências dos “impérios” ou tradicionalismo.
2. Identificar, planejar e agir
É necessário destacar, antes de tudo, que o design não é executado apenas pelos designers. Enxergar um problema, projetar sua solução e atuar em busca de mudança, é o que podemos chamar de Design Thinking.
Os educadores devem analisar constantemente a rotina dos estudantes para saber mensurar suas dificuldades. Afinal, é impossível apresentar uma tecnologia a favor da Educação sem compreender exatamente o que falta ou falha no sistema atual.
Para iniciar, um ponto importante a ser observado no contexto contemporâneo, é a experiência do usuário – ou UX, infelizmente pouco abordado em sala de aula (ambiente influenciável pelas preferências, vontades e anseios do estudante-usuário). Combina-se:
- Conectividade: aspecto técnico de serviços, internet, responsividade;
- Sociabilidade: relacionamento entre profissionais e estudantes, superação de frustrações, proteção de dados pessoais, entre outros.
3. Colaborar é co-criar
É cada vez mais nítido que precisamos uns dos outros. A globalização e a mutação de antigos padrões criaram pessoas críticas, com maior poder individual e criatividade. Isto significa que a Educação juntamente da Tecnologia pode incentivar os estudantes a colaborar e co-criar.
Portanto, a integração entre tecnologistas e não-tecnologistas é a mescla necessária de universos “incomuns” para o avanço positivo da Educação – segundo setor mais sucateado do país, ficando atrás apenas da Saúde Pública que perdeu 20 bilhões de reais somente em 2019.
Colunista da Aplitech Foundation
Thais Basso – Educadora física que carrega o título de professora e mestre. Designer de formação. Absolutamente devota da união salvadora entre Educação, Tecnologia e Saúde.